Pandemia

Distanciamento social controlado será definido por regiões no Rio Grande do Sul

Anúncio foi feito pelo governador Eduardo Leite, na manhã desta terça-feira

Jô Folha -

Dois pilares passarão a ser adotados para definir quais restrições deverão ser implementadas ou mantidas no Rio Grande do Sul, daqui para frente, para o enfrentamento à Covid-19, que já infectou 904 pessoas no Estado. Um diagnóstico regional - com análise dos níveis de transmissão do novo coronavírus e a capacidade de resposta do sistema de saúde - e uma avaliação por setores da economia serão as bases do distanciamento social controlado, que passará a vigorar a partir da primeira semana de maio.

Em transmissão ao vivo  na manhã desta terça-feira (21), o governador Eduardo Leite (PSDB) fez apresentação dametodologia e foi enfático: "Não é flexibilização aleatória. Não é abertura desordenada. Não é volta à normalidade". As medidas serão avaliadas com fundamentação técnica e científica e terão acompanhamento diário. Na prática, as decisões serão tomadas com base em dados e critérios objetivos. E poderão mudar à medida que o cenário indicar a necessidade.

"Temos que saber que, se nada for feito, muitas pessoas morrerão", enfatizou o governador. E voltou a agradecer o apoio da comunidade gaúcha na adesão ao distanciamento social, que se não tivesse sido implementado poderia causar a morte de 354 pessoas até o dia 30 de abril.

É o que indica o estudo desenvolvido pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão, com participação de equipe da Secretaria da Saúde e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com objetivo de realizar projeções para a necessidade de leitos, clínicos e de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), durante a pandemia. Até a manhã desta terça-feira, o Estado registrou 27 mortes em decorrência da Covid-19. O último óbito ocorreu na noite de domingo, em Porto Alegre.

Entenda melhor (*)
Como vai funcionar o distanciamento social controlado?
- Por região do Rio Grande do Sul
Dois aspectos serão avaliados, diariamente, para decidir se as medidas são compatíveis com a realidade. As respostas virão de duas perguntas: o nível de transmissão do novo coronavírus e a capacidade de resposta do sistema de saúde daquela região.

O número de pessoas infectadas e o resultado das medidas de controle de cada uma das cidades, assim como o nível de ocupação dos leitos clínicos e de UTI, a disponibilidade de ventiladores, de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e de testes rápidos permitirão apontar se a região está no rumo certo.

Não está descartada a possibilidade de as respostas indicarem a necessidade de recuo em alguma das medidas adotadas pelas prefeituras e pelas regiões. Tudo dependerá dos níveis de propagação do vírus: alta, média ou baixa.

- Por segmentação setorial
A análise, de novo, será feita com base em pontos previamente definidos e objetivos. Os setores serão divididos em seis grupos - varejo, construção, indústria/agricultura, eventos, serviços essenciais e educação - e avaliados pelos tipos de risco que representam à transmissão da Covid-19. A relevância econômica do setor, o número de funcionários envolvidos e a capacidade de arrecadação estão entre os critérios observados e ajudam a definir também os protocolos que precisarão ser respeitados.

Horários de funcionamento, uso de máscaras e EPIs, percentual de ocupação e afastamento dos grupos de risco integram a lista de itens que deverão ser analisados no caso a caso, para definir se um determinado setor poderá ser liberado, liberado com restrições ou proibido de retomar atividades. A possibilidade de as decisões serem alteradas, a cada período, também existe. Dependerá do comportamento do novo coronavírus no Rio Grande do Sul.

"Estamos fazendo um grande esforço para criar um modelo de distanciamento mais sustentável, baseado em dados e na ciência, já que teremos que conviver com o vírus por um longo período", destacou o governador.

(*) O funcionamento do distanciamento social controlado ainda está em fase de discussão. O governo debate com mais de 30 representantes de entidades, de instituições de ensino e de centrais sindicais. Uma nova apresentação está marcada para o dia 28 deste mês.

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